Os peditórios diários, a favor de diversas instituições de todo o país e conduzidos por empresas privadas, estão a afastar as pessoas da baixa comercial de Faro, prejudicando com isso largas dezenas de comerciantes, alerta a ACRAL.
“Uma coisa são as normais angariações de fundos, promovidas pelas instituições locais e com recurso a voluntários locais, outra bem distinta são operações conduzidas por pessoas contratadas e com uma abordagem extremamente intrusiva e agressiva”, sustenta o presidente da ACRAL.
Segundo Álvaro Viegas, “apesar de moralmente questionável – porque uma percentagem do que é doado reverte para uma empresa privada com fins lucrativos e quem faz a doação não o sabe –, não questionamos a legalidade destas ações, preocupa-nos, isso sim, o facto de este tipo de peditórios estar a afastar as pessoas da baixa comercial da cidade e com isso a prejudicar largas dezenas de lojistas do comércio local”.
“A solidariedade”, salienta o presidente da ACRAL, “é um valor que prezamos e promovemos, mas não deve nem pode estar ligada a métodos quase coercivos, subvertida por estar aliada a interesses privados e alheios à causa em questão, nem pode ser exercida em prejuízo de terceiros”.
A ACRAL já manifestou esta sua preocupação junto das autoridades locais e alertou a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal para o problema, cuja incidência não se circunscreve a Faro ou ao Algarve mas a todo o país.
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