As temperaturas médias do ar estão a aumentar em Portugal desde 1970, aumentos que chegaram a 2,3 graus celsius (ºC) nos últimos cinco anos, indicam estatísticas divulgadas hoje, Dia Mundial do Ambiente.
A análise mostra que, comparando com o valor de referência, conseguido pela média do período 1971-2000, houve um aumento de temperatura em todas as estações de medição, com exceção de Viana do Castelo, com desvios frequentes de mais 1ºC a mais 2,3ºC.
A propósito do Dia Mundial do Ambiente, a Pordata, base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente, fez um retrato da evolução do país em diversas questões ambientais.
Os números mostram, por exemplo, que as cidades de Bragança, Castelo Branco, Lisboa e Beja tiveram no ano passado as temperaturas médias mais altas dos últimos 50 anos
Comparando a temperatura média na década de 70 com a da década 2010-2019, a diferença de temperatura no Porto, Beja, Faro e Funchal, foi de pelo menos 1,5ºC.
Em relação à precipitação os números não revelam grandes diferenças, com períodos de pouca chuva a ocorrerem regularmente entre 1960 e 2022.
Os números analisados constatam também a informação conhecida de que 99% da água da torneira em Portugal é segura para consumo, uma evolução desde meados da década de 1990, quando só metade da água canalizada era de boa qualidade.
O mesmo em relação às águas das praias, com 92% das praias costeiras a apresentarem em 2021 qualidade de água excelente, acima dos 88% da média europeia. Mas são melhores as águas balneares da Croácia (99%), Malta (97%), Grécia (96%) ou Espanha (95%). Itália e França estão piores posicionadas do que Portugal.
Em relação às áreas terrestres protegidas Portugal está abaixo da média europeia, com 22,4% do território protegido, contra 26% da UE. No total dos 27 países da UE há mais de um milhão de quilómetros quadrados de áreas terrestres protegidas, o que corresponde aproximadamente à área de Espanha e França. Em 2021 Portugal tinha 21 mil quilómetros quadrados com regime de proteção.
Em relação aos sítios marinhos protegidos a extensão quase triplicou de 2012 para 2021, chegando hoje a uma área equivalente à Península Ibérica.
Portugal, no mesmo período, mais do que quintuplicou, tendo a terceira maior área marinha protegida da União Europeia, a seguir à França e Espanha, mas que ainda assim corresponde apenas a 4,5% da Zona Económica Exclusiva de Portugal. Organizações ligadas ao ambiente têm com frequência avisado que não basta criar áreas marinhas protegidas no papel e que é preciso protege-las efetivamente.
Lusa.
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